Os protestos em Belo Horizonte, reuniram 30 mil pessoas segundo a PM ou 40 mil, segundo os organizadores, na Praça da Liberdade. Foi a maior manifestação na capital mineira, desde que foram iniciados os protestos de rua contra a corrupção e o governo federal.
Bom humor nas ruas
Apesar da gravidade da situação econômica do país e das denúncias de corrupção que motivaram a ocupação das ruas, as manifestações foram marcadas pelo bom humor. Não faltaram os bonecos infláveis, o Pixuleco, representando o ex-presidente Lula (foto), o da presidente Dilma usando um vestido vermelho e com nariz de Pinóquio e até do juiz federal Sérgio Moro, este, vestido de super-herói. Bandeiras gigantes e de vários tamanhos tomaram conta dos canteiros e foram levadas pelos manifestantes em volta da Praça. Cartazes com manifestações bem-humoradas puderam ser observados ao longo da manifestação. Um dos grupos carregava um cartaz com uma foto, que instigava o manifestante a encontrar o dono do sítio, numa referência ao ex-presidente Lula e a polêmica em torno do sítio de Atibaia, em São Paulo. As cores escolhidas pelos manifestantes foram o verde e o amarelo, mas muitos usaram camisetas brancas e pretas. Foram às ruas mulheres, homens, crianças, jovens e velhos. O policiamento reforçado garantiu a tranquilidade da manifestação.
Da Praça da Liberdade até a Praça da Estação
Da Praça da Liberdade, os manifestantes foram em caminhada até a Praça da Estação, onde aconteceu nova concentração. A forte chuva chegou a dispersar muitos que estavam no protesto. Mas após a chuva, muitos retornaram à Praça, onde o ato contra a corrupção, o governo Dilma e pró-impeachment foi encerrado. Além de Belo Horizonte, ocorreram manifestações em pelo menos 80 municípios mineiros.
Políticos participam da manifestação na Praça da Liberdade
Os políticos que participaram das manifestações contra o governo Dilma, na Praça da Liberdade, evitaram chamar muita a atenção. Alguns chegaram a subir nos carros de som dos movimentos que organizaram os protestos, mas evitando falar demais. O senador Aécio Neves (PSDB) passou rapidamente pela Praça, falou com jornalistas, mas evitou fazer estardalhaço da sua presença. Aécio entende que a presidente Dilma não tem condições de fazer o país voltar a crescer e defendeu o seu afastamento. Para tanto, segundo ele, são três os caminhos: pelo impeachment, cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou por meio da renúncia da presidente. O senador tucano ficou por cerca de 15 minutos na Praça e seguiu para São Paulo, onde esteve na manifestação da avenida Paulista, ao lado de outros políticos.
Anastasia diz que as ruas serão ouvidas
O senador Antonio Anastasia disse que participou da manifestação como cidadão, ontem, na Praça da Liberdade. Conversou com algumas pessoas e garantiu a elas que as ruas serão ouvidas. Para o senador mineiro, o recado é claro e mostram que o governo acabou. Além de Anastasia, participaram do protesto de ontem o vice-prefeito Délio Malheiros (PV), os deputados federais Domingos Sávio e Rodrigo de Castro, e estadual João Leite, todos do PSDB.
Para Pimentel, manifestações em Minas Gerais transcorreram sem incidentes
O governador Fernando Pimentel, que assistiu do Palácio das Mangabeiras a manifestação, comentou em nota que: “Em Minas as manifestações transcorreram sem incidentes, conforme a lei assegura. O governador registra esse fato e o vê como reafirmação do compromisso inarredável de Minas Gerais com a normalidade democrática e o respeito à Constituição”.
São Paulo reúne mais de um milhão na Avenida Paulista
Os protestos contra a corrupção, o governo Dilma e pelo impeachment da presidente aconteceram em 24 estados brasileiros, mais o Distrito Federal. A maior concentração aconteceu em São Paulo. Foram mais de dois quilômetros de protesto. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin chegou à avenida Paulista acompanhado do senador mineiro Aécio Neves. Alguns manifestantes hostilizaram os dois que ouviram gritos de “fora”, “ladrão” e “oportunista”. Os dois também foram aplaudidos no percurso. Marta Suplicy, que trocou o PT pelo PMDB, também foi vaiada e acabou deixando a avenida. Segundo cálculos da PM, o ato reuniu um milhão e quatrocentas mil de pessoas na capital paulista.
Pelo Brasil
As manifestações de ontem contra o governo Dilma tomaram novamente as ruas de ponta a ponta do país. No Rio de Janeiro, pelo menos oito quarteirões da avenida Atlântica foram tomados pelo protesto, que aconteceu na praia de Copacabana. Os organizadores falaram em um milhão de manifestantes. Em Brasília, a Polícia Militar estimou em 100 mil, o número de participantes na manifestação. Para os organizadores, havia entre 180 mil e 200 mil pessoas que ocuparam a Esplanada dos Ministérios. Em Natal (RN) os organizadores estimaram em 15 mil participantes. Em Porto Alegre (RS) pelo menos 120 mil pessoas participam do protesto, segundo organizadores. Em Goiás (GO), 50 mil pessoas foram às ruas segundo e PM e para os organizadores, 90 mil. Pelo menos 50 mil pessoas protestaram em Florianópolis (SC), segundo os organizadores. Em Aracajú (SE), 10 mil pessoas foram para a Orla da Atalaia, segundo os organizadores. Vitória (ES) reuniu 200 mil pessoas, segundo os organizadores. Em Rondônia, motociclistas fizeram um buzinaço. Ocorreram protestos contra a presidente Dilma em Amapá, Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins.
Fique por dentro
O resultado da Pesquisa Vox Populi feita pela Web para conhecer o perfil das pessoas que participaram das manifestações de ontem será divulgado hoje.