A ex-senadora, e potencial candidata do Rede Sustentabilidade à presidência da República, em 2018, Marina Silva (foto), disse ontem que a discussão que se tem que fazer no Brasil é sobre como renovar a política, melhorando a representatividade e, consequentemente, a governabilidade. Marina falou ontem a empresários e representantes da sociedade em palestra na VB Comunicação, dentro do projeto “Cenário Brasil”, que pretende discutir o futuro do país. Procurando não se colocar como pré-candidata a presidente, ela afirmou que a crise brasileira atual não foi “provocada por uma guerra, ou um tsunami, mas por políticas erradas implementadas pelo governo, com prejuízo para empresários e investidores”. Marina lembrou que a discussão sobre a qualidade da política que se trava no Brasil hoje, é preocupação também em vários outros países onde, à semelhança do Rede, estão sendo criados partidos com o objetivo de debater formas de melhorar a política. “Nosso partido tem apenas nove meses de registro. Podemos dizer que somos um projeto experimental dentro de uma proposta de melhoria da política. Paralelo ao Brasil pior, temos um projeto de Brasil melhor”.
Plano Real foi o coelho na cartola
Marina Silva foi evasiva ao falar sobre a possibilidade de volta da presidente Dilma ao final do processo de impeachment. Ela discorda dos que afirmam ser o impeachment um golpe e afirma que a sociedade tem demonstrado que pretende uma nova maneira de caminhar. Para ela, PT e PMDB são igualmente culpados pela crise atual e, por isso, o ideal mesmo seria uma decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral na ação que pede a cassação do registro da chapa Dilma/Temer, o que levaria o país a uma nova eleição. Marina cobrou, mesmo que indiretamente, uma nova postura da sociedade, lembrando que “fala-se muito, cobra-se muito, renovação, mas tudo continua girando em torno das mesmas personalidades”. Quanto a mudanças na economia, Marina Silva disse não acreditar na necessidade de “se tirar um coelho da cartola todos os dias”. Na sua opinião, o “coelho foi tirado da cartola com o Plano Real, cujos fundamentos precisam ser resgatados”. Ela acredita que hoje “o coelho precisa ser retirado é da gaiola, onde encontra-se preso pela corrupção e pela incompetência”. Ela cobrou do governo urgência em investimentos na educação setor “em que estamos uma geração atrás do Chile”, lembrando que no último Enen mais de 500 mil alunos tiraram zero em redação.