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Meirelles avisa para empresários, em encontro do LIDE, que despesas não serão controladas sem mudança na Constituição

Paulo César de Oliveira
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O Brasil não reverterá o atual déficit de R$ 170 bilhões em um ano ou dois, avisou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ontem no almoço-debate LIDE, em São Paulo. Meirelles (foto) acredita que apesar dessa situação, a confiança dos empresários está voltando. O principal objetivo do governo, segundo ele, é o de equilibrar as contas públicas para, enfim, alcançar a retomada econômica do país. Mas entende que “é importante nos distanciarmos dos jogos de interesse setoriais e começarmos a pensar nos interesses do país. Temos de ter decisões políticas e econômicas que beneficiem o conjunto da Nação”.

 

Gastos com a Previdência

Henrique Meirelles falou aos empresários que participaram do encontro do LIDE que os gastos com a Previdência Social em 1991 eram de 3,3% do PIB e neste ano passou a ser de 8%. Se continuar nessa trajetória, em 2060 atingirão 17,2% do PIB. Se a Constituição não for alterada, não será possível controlar as despesas primárias do país, avisou. Para Meirelles, outro assunto importante é a aprovação da PEC do Teto dos Gastos que deve ser votada neste ano em função das expectativas econômicas, “da confiança para retomarmos os investimentos e o crescimento”. O foco do governo são as despesas públicas com saúde e educação. “Depois, vamos olhar para a reforma da Previdência. Posteriormente a isso, vamos olhar todas as demais reformas”.

 

Ajustes nos estados

Na Federação das Indústrias de São Paulo, onde participou da abertura do seminário “Perspectivas da Economia Brasileira para os Próximos Anos”, Meirelles, advertiu que os governos estaduais também precisam fazer ajustes nas despesas públicas e não esperar ajuda da União. “O problema é quando o governador vê na União a solução do seu problema” Para o ministro, se o governo federal socorrer as unidades da federação, a crise econômica pode se agravar. “Eu não posso agudizar o problema, visando mitigar um efeito do próprio problema. Temos que tomar cuidado para não matar o paciente tentando tratá-lo. Os estados têm que ajustar as despesas, como a União está fazendo”, acrescentou. Ele destacou que para a União o limite para o crescimento de despesas não significa fazer cortes nos investimentos em saúde e educação. “Não há corte em despesas em saúde e educação. Elas terão apenas uma manutenção em termos reais”.

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