Sem a presença do presidente Lula, Javier Milei (foto/reprodução internet) tomou posse ontem na presidência da Argentina. Em seu primeiro discurso após assumir o cargo, Milei disse que herda um país em estado catastrófico, com alto endividamento e inflação, e que será necessário adotar medidas de choque e cortar gastos para estabilizar a economia: “nestes dias muito se falou sobre a herança que vamos receber. Que fique claro: nenhum governo recebeu uma situação pior do que estamos recebendo”. Sem meias palavras, afirmou que “o kirchnerismo, que em seu início dizia que tinha superávit fiscal e externo, nos deixa déficits que representam 17% do PIB”, e avisou que “não existe solução sem atacar o déficit fiscal. A solução implica um ajuste no setor público, que cairá sobre o Estado, e não sobre o setor privado.”
Relação com o Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu ontem, em Buenos Aires, com o presidente da Argentina, Javier Milei, durante as cerimônias de posse do novo líder. Durante o encontro na Casa Rosa, o Itamaraty informou que Mauro Vieira transmitiu os cumprimentos do governo brasileiro a Javier Milei e reiterou o interesse mútuo em fortalecer os laços bilaterais entre os dois países. Se o presidente Lula preferiu se ausentar, a direita brasileira, no entanto, decidiu comparecer em peso. O ex-presidente Jair Bolsonaro se sentiu confortável em Buenos Aires. Ele teve lugar de destaque na cerimônia de posse e se sentou ao lado de outros chefes de Estado durante o discurso de Milei. Bolsonaro estava na comitiva de 50 políticos da direita que acompanharam a posse de Milei.