O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou ontem, no Rio de Janeiro, que o sistema de segurança pública no país está falido. Segundo ele, a situação chegou a tal ponto que facções estão no comando de ações criminosas, praticadas por quadrilhas organizadas, de dentro das penitenciárias. Jungmann (foto) participou de evento promovido pela Polícia Militar do Rio de Janeiro e o Viva Rio, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). “Este sistema vigente está falido, e o que estamos vivendo hoje é o efeito, não apenas da falência, do desenho deste sistema, mas o efeito de muitas outras razões. O crime se nacionalizou. Mais que isso, se transnacionalizou. Então, não é no espaço da unidade da Federação que vamos resolver o problema da grande criminalidade”, disse o ministro. Jungmann ressaltou o fato de que, na Constituição de 1988, entre 80% a 85% das responsabilidades com segurança e ordem pública foram transferidas para os estados, restando ao governo federal apenas o controle das polícias Federal e Rodoviária Federal, que ficam encarregadas do controle das fronteiras e das ações contra crimes transnacionais e o tráfico de drogas. “Há, sim, a influência da crise neste processo, da falta de recursos para serem canalizados para a segurança pública. E, também, porque não temos um fluxo estável de recursos orçamentários e financeiros para a área de segurança. O país passa por uma das maiores crises dos últimos 50 anos em termos econômicos e fiscais, e a segurança pública mergulha com o país nesta crise”, acrescentou.