Há fissuras na lua de mel entre o ministro da Fazenda e o presidente da Câmara, Hugo Motta (foto/reprodução internet), que reagiu com irritação às recentes declarações de Fernando Haddad, que responsabilizou o “quase parlamentarismo” pela dificuldade de avançar com o ajuste fiscal. Em tom de reprimenda, Motta afirmou que o Executivo “não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar”, jogando de volta para o governo a responsabilidade pelos próprios rombos. A crítica veio embalada por uma defesa da harmonia institucional — mas acompanhada de um puxão de orelha digno de sessão plenária. Nas entrelinhas, o recado foi claro: se o Planalto esperava que a Câmara passasse pano para aumentos de imposto como o do IOF, vai ter que repensar a estratégia. A aliança segue viva, mas os sorrisos agora são mais protocolares.