Entramos num novo ano. 2023 foi agitado, tumultuado mesmo e o 2024 não será muito diferente. Temos muito o que resolver. Muita mudança encaminhada mas, infelizmente, muita mudança necessária que ainda nem começamos a discutir. Exemplo? A violência em todos os seus níveis que vai crescendo a cada dia incentivada pela impunidade. A cada violência praticada, quase sempre se descobre que o seu autor tem antecedentes e está impune. A sociedade precisa abraçar esta causa e reverter uma situação que coloca a impunidade como direito humano. Punida é a vítima. Daqui uma semana estaremos promovendo atos para relembrar o 8 de janeiro de 2023, dia da barbárie contra a democracia e exemplo da impunidade que grassa no país, beneficiando os verdadeiros culpados por crimes contra o Estado. Os verdadeiros culpados, ou os estimuladores das mentes doentias, permanecem impunes. Na cadeia os inconsequentes. Mas a violência tem várias outras formas, como o racismo, os salários insuficientes, a fome, o abandono na rua, a baixa qualidade do ensino, a baixa qualidade da saúde pública, do saneamento, a carestia e muitas outras. É bem verdade que em muitas destas violências, talvez na maioria delas, somos nossos próprios algozes. Elas são, na realidade, fruto de nossas próprias escolhas, de, falando mais claro, nossa irresponsabilidade no exercício de nosso direito de escolhas. O resultado deste descompromisso com nós mesmos, são os políticos que elegemos, e reelegemos, para depois ficarmos criticando e jogando sobre eles as nossas culpas. A democracia nos dá o direito de escolhermos quem vai nos governar, quem vai decidir por nós. Quem vai decidir o que fazer com os impostos que pagamos. Enfim, como será o nosso dia a dia e o futuro de nossos filhos. Brincamos com isto. Elegemos gente sem preparo algum. Elegemos quem não tem compromisso com o país. Que privilegia seus interesses pessoais. E pagamos por esta irresponsabilidade. Esta talvez seja a discussão mais séria que a sociedade precisa fazer. E este ano que começa hoje é perfeito para iniciarmos esta discussão. Será um ano eleitoral. Vamos escolher prefeitos e vereadores. Uma prévia para 2026, quando elegeremos presidentes, governadores, deputados e senadores. É hora de nos engajarmos. De cobrarmos dos que elegemos lá atrás as decisões que ainda não tomaram. Sem agirmos não poderemos cobrar nada. Nem mesmo poderemos xingar os políticos. (foto/reprodução internet)