Longe do povo e dos manifestantes, a presidente Dilma (foto) participou das comemorações do dia 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios em Brasília, tentando demonstrar confiança. Ela chegou em carro aberto e se posicionou no palanque oficial protegida pelo seu vice Michel Temer, militares e autoridades, como o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, PSB; do ministro da Defesa Jaques Wagner, PT, e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Preocupou a ausência dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha e do Senado, Renan Calheiros e dos ministros do PMDB. Apenas Helder Barbalho, da Pesca apareceu. A uma distância confortável para a presidente, pelo menos 25 mil pessoas acompanharam o desfile da tropa. Os que conseguiram se aproximar do palanque oficial, tiveram que passar por uma revista minuciosa. Nenhuma faixa ou cartaz contra o governo foi permitido. Mas, mesmo com todo aparato, no momento em que a presidente Dilma iniciou a cerimônia, era possível ouvir as vaias do lado de fora do cercado montado para evitar o acesso à área reservada às autoridades. Os manifestantes, no entanto, só tiveram acesso ao gramado após a saída da presidente Dilma do local. Foram mobilizados mil e quinhentos policiais militares para garantir a segurança da presidente Dilma, além de militares das Forças Armadas. O evento teve um custo de R$ 830 mil para os cofres da União.
Remédio amargo
Sem disposição para enfrentar mais um panelaço, a presidente Dilma usou a internet para fazer o seu pronunciamento à nação, nas comemorações do Dia da Independência. Em um vídeo postado ontem (7) nas redes oficiais, a presidente fez um discurso reconhecendo a gravidade da crise, falando da necessidade de união para superá-la e da “travessia”, nome que está sendo dado ao novo imposto que a presidente pretende criar para conseguir fazer caixa para cobrir o robô de R$ 30,5 bilhões no orçamento federal. “Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente. As dificuldades são nossas e são superáveis. O que eu quero dizer, com toda franqueza, é que estamos enfrentando os desafios, essas dificuldades, e que vamos fazer essa travessia”. Para a presidente, a situação exige remédios amargos, mas indispensáveis. “As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, reduzir a inflação, por exemplo”. Será que a presidente vai tomar uma dose do seu próprio remédio?