O ministro Gilmar Mendes deu seu recado aos colegas, na primeira sessão da 2ª turma, em 2017: "temos um encontro marcado com essas alongadas prisões que se determinam em Curitiba." Teme-se que a fala do destrambelhado ministro seja a sinalização de uma mudança de postura da Corte com a Lava Jato. Em março de 2015, também durante julgamento da Lava Jato, Gilmar Mendes já havia dito, com todas as letras: "me parece que estamos nos aproximando do limite em que a prisão preventiva se torna antecipação de execução". Esse jogo de cartas marcadas anunciado pelo ministro Gilmar, faz com que muitos acusados, alguns já réus, outros condenados em 1a instância, torçam para que o mesmo seja efetivado. De fato, pode-se inferir que se Gilmar Mendes (foto) for o retrato do Supremo, a Lava Jato está em perigo. E os que pilham a nação sairão vencedores, uma vez mais. O plenário do Supremo, ao julgar o habeas corpus em que a defesa de Eduardo Cunha pede para que o ex-deputado seja solto pode sinalizar, para o bem ou para o mal, o que vem por aí daqui por diante. É por essa e por outras, que o Congresso, percebendo tanta benevolência, tenta, desesperadamente, consagrar a impunidade, ao votar em regime de urgência, o projeto que blinda os partidos da ação do TSE. Se aprovado tal projeto, os partidos adquirem, “dentro da lei e da ordem jurídica vigente” autonomia para roubar e ainda se locupletar com valores absurdos oriundos do Fundo Partidário. Valha-nos Deus.