Inflação em alta. Desemprego à porta do mais pobre, do mais rico. Empresas tradicionais, que um dia foram orgulho dos brasileiros, fechando portas. O país perdendo credibilidade. A violência tomando proporções inimagináveis, apesar dos números oficiais teimarem em dizer o contrário e, para completar, um mosquito, um mosquitinho para falar a verdade, quase impedindo a realização das Olimpíadas no país, matando e deixando brasileiros e brasileirinhos sequelados. E nossas autoridades preocupadas e envolvidas, com as eleições municipais de outubro próximo. É como Nero a tocar lira diante de Roma em chamas. As disputas paroquiais são agora a preocupação de nossos governantes. O mundo político municipal é fundamental para o político, seja ele de qual partido for. Precisam preservar seus currais eleitorais, que chamam pomposamente de base, sob o risco de, em 2018, perderem seus próprios mandatos. E aí, vale tudo. Mas principalmente fazer política menor. Exemplo? Aí está o vice presidente Michel Temer, rodando o país em campanha para manter o PMDB sob o seu comando, não necessariamente sob sua liderança, tendo as eleições municipais como ponto de partida para a retomada direta do poder em 2018. O país está em chamas? E daí? Muito mais importante do que as reformas necessárias, os cortes de gastos essenciais, é abrir a janela partidária para que deputados possam mudar de partido e assim obterem legenda para disputar prefeituras. Ou para se afastarem politicamente do poder em desgaste. Brasília é mesmo uma “Ilha da Fantasia” e não esperem de lá uma resposta para nossos problemas. Daqui para frente, governos em todos os níveis estarão voltados para outra prioridade. É assim, sempre foi assim e não há nada que sinalize mudanças. Ano de eleição não é ano de cuidar de outra coisa que não seja de assegurar o mando nas bases. Ano de eleição é período do salve-se quem puder, da maneira que puder. E nós temos uma a cada dois anos. É o Brasil. Fazer o quê?