No lugar das empresas, o narcotráfico

O ministro Dias Toffoli (foto), presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou em sessão nessa quinta-feira, a sua preocupação com o possível uso de dinheiro proveniente do narcotráfico para financiamento de campanhas nas eleições de 2016. As eleições do ano que vem serão as primeiras após a proibição às empresas de doarem recursos aos candidatos. A medida, prevista na minirreforma eleitoral, limita uma prática usada por políticos e empresas implicados na Operação Lava Jato. Segundo a Polícia Federal, eles tentavam dar aparência legal a recursos desviados da Petrobras doando-os para campanhas eleitorais. De acordo com o ministro, a nova norma exigirá do Ministério Público Federal atenção redobrada. "Entre as nossas maiores preocupações, está a de que campanhas venham a ser financiadas por dinheiro oriundo de narcotráfico. Não há mais pessoas jurídicas doando para campanhas, mas nós sabemos que o mundo real busca suas alternativas", afirmou Toffoli. O ministro também ressaltou que o perigo de influência econômica de organizações criminosas é maior nas campanhas municipais. "Nesses pleitos, qualquer valor mínimo já pesa muito em toda a campanha"