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O Brasil administrado (e mal) pelos ministros do STF

Paulo César de Oliveira
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Em um só dia ministros do Supremo Tribunal Federal causaram pânico na população e no governo. Primeiro foi a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que mandou soltar todos os presos condenados em segunda instância, inclusive o ex-presidente Lula. O ministro afirmou que tomou a decisão por entender que o STF não poderia terminar o ano sem se posição. Como a prisão em segunda instância, que ele considera ilegal, não foi colocada na pauta do pleno, decidiu agir. Ele desafiou seus pares afirmando que “se o Supremo ainda for o Supremo, minha decisão tem que ser obedecida, não cassada”. Marco Aurélio garantiu que não está no STF para fazer relações públicas, daí não se importar com críticas. O desafio do ministro que tomou uma decisão contrária ao que o STF já decidira no julgamento de outros recursos, e que poderia colocar 168 mil condenados nas ruas, deve resposta rápida. Atendendo pedido da Procuradoria-Geral da República o presidente do Tribunal, ministro Dias Toffoli (foto), decidir suspender a determinação de Marco Aurélio até abril de 2019, quando o STF julgará a legalidade da prisão dos condenados em segunda instância, frustrando assim a defesa de Lula e outros condenados que já haviam pedido o cumprimento imediato da liminar.

 

No colo do futuro presidente

Pouco depois da bomba de Marco Aurélio, veio a notícia de que o ministro Ricardo Lewandowski decidiu obrigar o governo a pagar o reajuste dos servidores públicos federais a partir de janeiro. A decisão do ministro do STF beneficia servidores de carreiras jurídicas e médicas, diplomatas, especialistas do Banco Central, funcionários da Receita Federal, entre outros. O impacto previsto nas contas do governo é de R$ 4,7 bilhões. Um presente de Lewandowski para Bolsonaro.

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