O Congresso faz manhã uma sessão especial para comemorar os 31 anos da Constituição, que Ulisses Guimarães, com seu entusiasmo cívico, chamou de “Constituição Cidadã”, por dar à sociedade a liberdade retirada pelo regime militar que, em 1964, rasgou a Constituição de 1945. O desejo da sociedade e a ânsia dos constituintes por liberdade, talvez tenham prejudicado a elaboração de nossa Carta Magna. Há quem aponte nela excessos e marcas irrefutáveis de populismo. Não entro no mérito da questão. Talvez este não seja o espaço para um debate mais aprofundado sobre o assunto. Mas não posso deixar de manifestar minha opinião sobre a necessidade de promovermos, o quanto antes, uma revisão constitucional como têm proposto ilustres juristas e políticos mais sérios. É urgente que se dê uma “enxugada” no texto constitucional. No afã de assegurar direitos massacrados no período militar, constitucionalizamos tudo, travando a Justiça. A sociedade precisa decidir sobre estas mudanças e é bom que iniciemos logo um debate sério, sem demagogias sobre esta reforma. Sem ela dificilmente o país vai conseguir superar seu atraso econômico. Aos trinta e um anos, a Constituição Cidadã precisa ser remoçada. Já que estamos falando em mudanças, em renovação, vou me permitir abrir aqui uma discussão sobre um tema mais ameno. mas nem por isso, menos importante. Abro espaço para o futebol, mais especificamente para o futebol mineiro que, com perdão dos torcedores mais fanáticos, anda um horror. Embora ainda não tão assustador, corremos o sério risco de disputarmos a segunda divisão de 2020 com três times. Atlético e Cruzeiro – este mais – não têm demonstrado competência para se manterem na primeira divisão, enquanto o América continua oscilando, sem firmeza para subir. Um ano ruim para Minas, resultado de muitos anos de incompetência administrativa. Nossos dirigentes, não apenas os mineiros, ressalte-se, ainda gerem os clubes como torcedores. Este tempo, infelizmente passou. Futebol hoje é um negócio que, no mundo inteiro, movimenta bilhões e paixões exacerbadas. Transferir esta paixão para as salas de comando dos clubes é um erro. Não que se queira dirigentes sem vínculos com a camisa de seus clubes. O que se precisa buscar é o equilíbrio, medir a água e o fubá, como ensina a cultura popular. Ter, enfim, responsabilidade com o clube e suas torcidas. Esta falta de responsabilidade, seja por paixão clubística, seja por outros interesses inconfessáveis, levou todos os nossos clubes à insolvência. Fossem eles uma empresa de outra área e já estariam falidos, fechados, como já aconteceu com alguns. Pensem nisto. Finalmente um desabafo: este tal do VAR está acabando com a graças do futebol e a paciência do torcedor.