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O caos é a médio prazo. O desastre num prazo um pouco mais longo

Paulo César de Oliveira
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Afirmando a todo momento que a presidente Dilma ainda não decidiu se vetará a emenda que flexibilizou o fator previdenciário, o ministro da Previdência, Carlos Gabas (foto), disse nesta segunda-feira (15), que a manutenção da fórmula aprovada pelo Congresso “inviabilizaria” o sistema previdenciário nacional e geraria uma despesa trilionária para os cofres públicos. O ministro, em entrevista apresentou números que poderão ser usados pela presidente num provável veto às modificações aprovadas pelo Congresso nas regras de aposentadoria. O veto é apontado como a decisão que deve ser tomada por Dilma. Nos próximos 15 anos, segundo os números revelados por ele, o gasto extra do governo com as aposentadorias pode chegar aos R$ 185 bilhões. Até 2060, segundo Gabas, a projeção é que a fatura chegue a R$ 3,22 trilhões. O ministro participou na tarde de ontem de reunião com dirigentes de centrais sindicais e com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Ricardo Berzoini (Comunicações) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral). O encontro não agradou aos sindicalistas, que saíram do Palácio do Planalto inflexíveis na defesa da sanção da emenda, que institui a fórmula 95/85 para o cálculo da aposentadoria, em substituição ao Fator Previdenciário, e prometeram trabalhar no Congresso pela derrubada de um eventual veto. Na coletiva de imprensa, Gabas assegurou que até amanhã, dia 17, prazo final para a manifestação de Dilma, será apresentada uma proposta alternativa do governo para resolver a questão do fator previdenciário, com termos mais duros, no entanto, do que a medida avalizada pelos deputados e senadores. “Essa solução (flexibilização do fator) agrava a situação da Previdência Social”, declarou. A manutenção da norma pela qual uma pessoa pode se aposentar com pensão integral quando a soma de sua idade e do tempo de contribuição alcançar 85 (para as mulheres) ou 95 (para os homens), disse o ministro, levará a uma “situação insustentável até 2060”. Haveria déficit muito antes disso: “o modelo que temos de repartição, onde os trabalhadores na ativa financiam a aposentadoria de quem está aposentando, não fecha. Antes de 2030 a conta não fecha”. O governo pretende levar este debate para o Fórum de Previdência e discutir uma alternativa sustentável.

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