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O dia D da presidente Dilma

Paulo César de Oliveira
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A insatisfação da população com o governo Dilma é o principal instrumento de mobilização dos organizadores das manifestações programadas para este domingo, 16. O descontrole da inflação, o desemprego e a falta de perspectiva não só assustam, mas também atingem diretamente o bolso do brasileiro. Como se não bastasse a crise econômica, a cada semana aparece uma nova denúncia de corrupção na Operação Lava Jato. Assim, motivos para manifestar, o cidadão tem de sobra. Por isso os movimentos sociais acreditam que os protestos programados em 270 cidades no Brasil e no exterior, terão uma boa adesão. A presidente Dilma tenta se mostrar alheia aos protestos. Na reunião com o ex-presidente Lula, ontem (15), no Palácio da Alvorada, ouviu elogios de seu mentor, pelo seu desempenho durante a semana visando conter a crise e traçaram novas metas para esta semana. Os resultados da semana passada foram mesmo positivos. Nas conversas que manteve com vários setores conseguiu um importante aliado: o presidente do Senado, Renan Calheiros, PMDB-AL. Com essa aliança, que dividiu o Congresso Nacional, criando um novo cenário político, ela acabou  ganhando mais tempo no Tribunal de Contas da União, para justificar as suas pedaladas fiscais, que podem lhe render o processo de impeachment e ainda ganhou um refresco no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal Eleitoral que empurram para frente a análise de outros processos. Além disso, Dilma conseguiu palanque para a entrega de casas do Minha Casa, Minha Vida – em volume bem mais modesto do que quando o lançou o programa- que lhe assegurou espaços na mídia, com uma pauta positiva, turbinada pelo movimento das trabalhadoras rurais. No encontro das Margaridas, conquistou até um inconsequente discurso falando em apoio armado, do presidente nacional da Cut. Lula também tenta fazer ouvidos moucos diante dos últimos escândalos envolvendo diretamente o seu nome, como a denúncia da revista Veja de que sua empresa arrecadou R$27 milhões em quatro anos, com palestras. Um terço deste faturamento foi proveniente de empresas envolvidas com o escândalo da Petrobras. A questão é, como a população vai reagir a tanto malfeito? Apática, como se a crise não fosse aqui, seguindo o modelo Dilma/Lula ou saindo às ruas para demonstrar sua insatisfação?  A resposta virá neste domingo.  Os protestos começam em várias cidades logo cedo. Em Belo Horizonte, os manifestantes vão se encontrar na praça da Liberdade a partir das 10h. Em São Paulo, a concentração será a partir das 14h, na avenida Paulista. A convocação foi como das outras vezes, pelas redes sociais, principalmente. Mas em algumas cidades houve panfletagem e carros de som. Os organizadores acreditam que a mobilização hoje possa ser maior, sem arriscar falar em números. Os protestos ocorridos no dia 15 de março reuniram pelo menos 2 milhões de pessoas e o de 12 de abril, 560 mil, segundo estimativas da Polícia Militar dos estados onde houve protestos. O importante é que a manifestação seja pacífica.

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