A semana começa tensa para o ex-presidente Lula e para o PT. O partido, que encolheu nas eleições municipais, faz de tudo para manter sua principal estrela na disputa pela presidência da República e garantir um fôlego a mais nos próximos quatro anos. Condenado pelo juiz Sergio Moro (foto) a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, as chances de Lula tentar um terceiro mandato ficam cada vez mais remotas. Para o julgamento do recurso no TRF-4, em Porto Alegre, o PT lança sua última cartada: a de levar a militância à capital gaúcha para tentar criar um clima de comoção. Até o momento, o partido não conseguiu levar o povo às ruas em defesa de Lula e os argumentos usados até agora não tiveram a ressonância esperada. Para o dia do julgamento, as manifestações programadas, tanto pró como as contra Lula, devem ficar restritas a espaços distantes do tribunal. A segurança na cidade será reforçada e se for confirmada a pena, Lula tentará escapar da prisão com recursos no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a maioria dos ministros nomeados nos governos do PT e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em busca de habeas corpus.