O espanto de Dilma

Foi preciso a presidente Dilma (foto) respirar ares de Paris para conseguir expressar a sua opinião em relação a prisão do seu líder no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Ela disse que ficou com dois sentimentos: “Fiquei muito perplexa, extremamente perplexa. Não esperava que isso acontecesse. Ninguém esperava”, sem falar qual foi o segundo sentimento. O susto deve ter sido mesmo grande. A prisão de Delcídio aconteceu na quarta-feira da semana passada e só ontem a presidente falou sobre o assunto em público. O líder do governo é acusado de ameaçar parentes do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, e de ter oferecido a ele, através de seu advogado, ajuda para fugir do Brasil e não revelar nada sobre o esquema de corrupção da Petrobras relacionadas a ele e ao banqueiro André Esteve, do BTG Pactual, que também está preso. Além de um plano de fuga para Cerveró e a promessa de uma mesada de 50 mil reais ao mês. E para perplexidade maior ainda da presidente Dilma, a mulher de Delcídio do Amaral, Maika, quer que ele entre no programa de delação premiada e não poupa críticas à presidente e ao PT. A declaração da presidente Dilma foi durante a sua participação na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, a COP 21. Amanhã a presidente retorna ao Brasil para tentar evitar o aprofundamento da crise no Congresso Nacional.