A matança no Rio, como definiu o presidente Lula (foto/reprodução internet), expôs não só a falência da segurança no país, mas a alma reativa da política brasileira. Em dias, o Congresso Nacional produziu mais de 50 projetos, como se a multiplicação de leis compensasse a escassez de governo. Cada parlamentar, movido menos pela razão que pela conveniência, buscou transformar o medo coletivo em capital eleitoral. O Executivo, acuado, viu a pauta da violência deslocar sua narrativa de “ricos contra pobres” e recolocar a ordem pública no centro do debate. Repetiu-se, assim, um traço típico de nossa democracia: legislar sob a emoção, não para resolver o problema, mas para explorá-lo, como se a comoção fosse método e o improviso, virtude republicana.
O espetáculo político da segurança











