Após o governo posar de bonzinho esticando a isenção do IR até quem ganha R$5 mil mensais, aconteceu o que o próprio governo esperava: o Congresso assumiu o encargo de neutralizar as artimanhas da equipe econômica petista. Na última sexta-feira, líderes do Congresso deram um passo decisivo para conter a disparada do dólar e a pressão sobre as taxas de juros, que ameaçavam agravar ainda mais o cenário econômico.
Com o dólar alcançando picos de R$ 6,11, a retirada da proposta de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5.000 mensais do pacote fiscal trouxe algum alívio. Essa sinalização veio dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira (foto/reprodução internet), atendendo aos apelos de integrantes do Ministério da Fazenda, do Planejamento e do Banco Central.
Sem essa intervenção, o Banco Central seria o único a combater o impacto negativo no real e nas expectativas econômicas, o que exigiria novos aumentos da Selic, com projeções de mercado sugerindo uma alta para até 15%. Apesar da ação temporária, o desafio de estabilizar a economia deve persistir nos próximos meses.
