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O povo ausente

Paulo César de Oliveira
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Não chegaram a empolgar o cidadão as manifestações convocadas para ontem em diversas cidades brasileiras. Todas elas tiveram pouca adesão, o que muitos explicam pela diversidade da pauta de protestos. As redes sociais convidavam para protestar contra tudo e o resultado foi o esvaziamento. Se quisermos encontrar outra explicação, talvez mais plausível, pode-se afirmar que o povo está decepcionado com o resultado dos movimentos nas ruas. Nossos políticos são absolutamente insensíveis a estas manifestações, por saberem que não trazem consequência alguma. Sabem muito bem manobrar a alienação do eleitor. E se chegam a perder uma eleição, foi por rejeição paroquial, por não terem atendido demandas de seu curral eleitoral. Os de ontem protestaram contra a corrupção e a favor da Lava Jato. O grupo do outro lado vem aí com uma pauta extensa também. Contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e até a reforma política. Claro, com o “fora Temer”, mas sem nenhum apoio ás operações contra a corrupção, especialmente a Lava Jato. Como a de ontem, não assusta também. Enquanto nosso povo faz festa nas ruas – não se pode chamar de manifestação contra ou a favor o que se vê nestes movimentos- nossos políticos seguem a sua marcha de descompromisso com o país. Nesta semana as reformas da previdência e trabalhista estarão em discussão na Câmara dos Deputados. Um debate estéril, em que se é contra ou favor não por convicção ou consciência da realidade do país. Aliás, o interesse do país, como um todo, interessa pouco. Vale mais o interesse de cada grupo. Tanto que mais categorias do serviço público pressionam para ficarem fora das mudanças. Querem os privilégios, não os direitos, já alcançados. Temer (foto) numa jogada política inteligente –coisa pouco usual na vida política atual- calou o discurso demagógico dos governadores e prefeitos, transferindo para estados e municípios a responsabilidade de fazer suas reformas da previdência. Cedeu transferindo ônus. Agora, garante que não cede mais. Vai em frente com as propostas que apresentou por serem as necessárias. No caso da trabalhista, para seu espanto, tem possibilidade de ter, até mesmo, apoio de algumas centrais de trabalhadores. Basta negociar a questão do financiamento dos sindicatos.

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