A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos traz importantes reflexões que o governo de Lula não pode ignorar. Desde que reassumiu a presidência, Lula tem governado com foco na sua base de apoio, negligenciando o centro político que foi crucial para sua eleição. Esse terceiro mandato se caracteriza por uma postura defensiva e uma agenda que muitas vezes busca desfazer políticas anteriores sem considerar seus méritos. Exemplo disso é a substituição do teto de gastos, que oferecia estabilidade, por um arcabouço fiscal que desde sua criação enfrenta questionamentos.
A interferência em medidas como o Marco do Saneamento e na gestão de ex-estatais como Eletrobras e Vale, ainda que em parte barrada pelo Congresso, gerou um ambiente de desconfiança. Os reflexos são evidentes: juros elevados, câmbio instável e um PIB que, embora positivo, não reflete o potencial do país. A lição da recente eleição americana é clara: os eleitores priorizam suas condições econômicas. A prosperidade que Biden apresentou não foi suficiente para evitar derrotas, pois o custo de vida crescente impactou a percepção de bem-estar da população. No Brasil, essa desconexão é similar. Segundo o Datafolha, 41% dos brasileiros enxergam piora na economia recente, enquanto apenas 26% percebem melhoras. (foto/reprodução internet)