Não foi do jeito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e muitos petistas queriam, mas o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, caiu. Ele levou um tombo enquanto falava aos jornalistas e se encaminhava para deixar o Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília. No encontro, Levy (foto) falou que o reforço no controle das contas públicas pelo TCU não deve ser entendido como uma ameaça aos governantes. O ministro afirmou que a mudança de postura das entidades de fiscalização ajuda o governo a aperfeiçoar as políticas públicas e o atendimento das demandas da sociedade, representando um avanço no aumento da participação do cidadão na execução do orçamento. Levy participou da abertura de seminário promovido pelo TCU e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre gestão de entidades fiscalizadoras, que resultou na renovação de um acordo de cooperação técnica entre os dois órgãos. E ainda foi questionado em tom de brincadeira pelo o secretário-geral da OCDE, José Ángel Gurría, se “já aprovaram seu Orçamento?”. Que dia, em Levy?
Recuperar a confiança é o objetivo
A OCDE que participou na montagem do seminário, é uma organização que reúne os 30 países mais industrializados do mundo. Ao abrir o evento, o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, disse que o debate sobre a gestão do governo é essencial para tornar mais eficientes as políticas públicas e restaurar a confiança da população nas instituições. “Por que a questão virou tão importante? No Brasil e em outros países da OCDE, os cidadãos desconfiam dos governos, especialmente da maneira como eles lidam com o legado da crise econômica global. Todos os países estão com muita pressão sobre as finanças públicas, enquanto os cidadãos têm expectativas sobre a prestação dos serviços públicos”, ressaltou. Para Gurría, a ampliação da transparência e da fiscalização garante que os recursos públicos sejam bem utilizados para obter os melhores resultados possíveis. “É preciso informar quais políticas e programas funcionam e quais não funcionam. Essa é a melhor maneira de recuperar a confiança do cidadão e garantir que os recursos públicos sejam utilizados para maximizar os seus resultados”, acrescentou.