Conhecida por seus hábitos simples, por vestir-se com discrição, com pouca ou nenhuma maquiagem, a mineira Cármen Lúcia não fugiu à regra na sua posse na presidência do Supremo Tribunal Federal, a não ser pelo penteado diferente. A ministra apareceu com um topete digno do ex-presidente Itamar Franco, seu mentor e responsável pela sua indicação no STF, no governo do ex-presidente Lula. Se o topete é um indicativo de novos tempos na mais alta corte do país é o que veremos a partir de agora. A ministra Cármen Lúcia iniciou seu discurso quebrando o protocolo e cumprimentando, em primeiro lugar, antes do presidente Michel Temer, “sua excelência o povo”. Em seu discurso, a nova presidente do STF afirmou que espera que “ o Brasil que merecemos pode e haverá de ser construído” e encerrou falando que “o Brasil é cada um e todos nós, pátria mãe gentil de todos e não apenas de alguns”. Amanhã o Supremo realiza a primeira sessão sob a presidência da ministra Cármen Lúcia, a segunda mulher a comandar o Supremo em toda sua história.
Lula e Temer
A posse de Cármen Lúcia reuniu o presidente Michel Temer e o ex-presidente Lula. Temer chegou com 20 minutos de atraso, tropeçou, mas conseguiu manter a pose. Lula chegou um pouco antes de Temer. Ele acompanhou a posse ao lado do ex-presidente José Sarney e do governador de Minas, Fernando Pimentel. Do lado de fora da Suprema Corte, manifestantes protestavam contra a presença do petista. O advogado da ex-presidente Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo também estava entre os convidados da ministra. Mas os tucanos também marcaram presença, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores, José Serra. O cantor e compositor Caetano Veloso participou do evento tocando o Hino Nacional no violão, momentos antes de Cármen Lúcia tomar posse. À saída da solenidade Lula, que não conversou com o presidente Temer disse não se negar ao diálogo, “se algum dia for preciso”.
