A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a condenação do ex-ministro e ex-deputado federal Geddel Vieira Lima (MDB-BA) a 80 anos de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A PGR pediu, ainda, que seja mantida a prisão preventiva do político até o julgamento do caso. Geddel está preso desde 8 de setembro do ano passado. A manifestação foi feita em alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal nessa quarta-feira. A procuradora também reiterou pedido para que o deputado federal Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, e o empresário Luiz Fernando Machado sejam condenados pelos mesmos crimes. Para Lúcio, ela pediu 48 anos e seis meses de prisão. Ele não conseguiu se reeleger nas últimas eleições. Para empresário, 26 anos. “A multiplicidade de atos criminosos de lavagens revela uma personalidade voltada ao crime, à lesão à moralidade, à administração da justiça e da própria ordem econômica, bens jurídicos tutelados pelo pluriofensivo delito de lavagem”, argumentou a procuradora. No documento de 85 páginas, Dodge rebateu os argumentos apresentados pelas defesas dos acusados ao longo da instrução processual, destacando a existência de provas de práticas criminosas ocorridas entre 2010 e 2017, quando foram apreendidos R$ 51 milhões em espécie em apartamento de um amigo de Geddel (foto) em Salvador. Ele foi preso três dias depois da operação e está detido na penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Quando o bunker foi descoberto, Geddel estava em prisão domiciliar, mas por outro caso, no qual foi posteriormente absolvido: a suposta compra do silêncio do operador Lúcio Funaro.