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Ontem foi a acusação. Hoje a defesa. Enquanto Dilma jura inocência, Temer jura que não será candidato

Paulo César de Oliveira
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Ontem foi o dia da acusação falar na Comissão Especial do Impeachment no Senado. Por mais de duas horas a bancada governista na comissão tentou tumultuar a reunião apresentando requerimentos e acusando o senador Antonio Anastasia de ter praticado, no governo de Minas, as mesmas irregularidades pelas quais a presidente Dilma responde no processo de impeachment. A advogada Janaina Paschoal (foto) e o jurista Michel Reale Jr. que juntos com o também jurista Hélio Bicudo assinaram o pedido de impeachment, reafirmaram à comissão que Dilma cometeu crime de responsabilidade, de forma continuada desde 2013, com pedaladas fiscais e assinatura de decretos para liberação de crédito sem autorização do Congresso. Reale ironizou o discurso petista de golpe afirmando que “crime de responsabilidade sem punição é que é uma forma de golpe”. Reale disse ainda que o “país está diante de uma ditadura da corrupção” que precisa ser combatida com a retirada da presidente Dilma do cargo. Janaina Paschoal, que passou parte de seu tempo respondendo perguntas de petistas sobre suas ligações partidárias, que assegurou não ter, também abordou a questão da corrupção, afirmando aos senadores que ele, na análise dos fatos para firmarem uma posição em relação ao impeachment, não podem deixar de considerar o quadro de corrupção existente no país. É neste quadro que as pedaladas e desrespeito a lei orçamentária se enquadram. Hoje quem ocupa os microfones da comissão é o Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, que tentará desqualificar a acusação, sustentando a tese de que não houve irregularidades e, mesmo que elas tivessem existido, não seriam da responsabilidade da presidente. O ministro da Fazenda, Barbosa, deverá comparecer ao Senado para explicar parte dos decretos assinados pela presidente sem autorização do Legislativo. Já a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, não confirmou presença. Enquanto defesa e acusação falam na Comissão Especial, Dilma e Temer procuram ocupar espaço na mídia. A presidente foi a entrevistada da rede americana CNN quando reafirmou sua inocência e descartou qualquer possibilidade de renunciar ao cargo, afirmando que o mandato não pertence a ela, mas aos mais de 54 milhões de eleitores que escolheram seu nome. No SBT, em entrevista exclusiva, o vice Michel Temer disse que não será candidato em 2018 e defendeu o fim do instituto da reeleição. Para muitos a afirmativa do vice vai facilitar a sua busca por apoio caso venha a ocupar a presidência.

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