Ontem no almoço que a FIEMG – à frente o presidente Olavo Machado – ofereceu ao ministro da Casa Civil, deputado Carlos Marun, houve quorum de empresários além da expectativa. Calculava-se 40 pessoas e apareceram mais de 130 empresários favoráveis à reforma da Previdência. Houve até um bate-boca entre o presidente em exercício da Câmara, deputado Fabio Ramalho, – que avisou a Temer que a reforma não passa – e o ministro Marun, um defensor entusiasmado de Temer e da reforma. O ministro Marun (foto) que pela televisão parece um baixinho, ao vivo é um homenzarrão de mais de 2 metros.
Governo busca apoio junto a empresários, mas é chamado à realidade
A defesa que o ministro da Secretaria Geral de Governo, Carlos Marun (PMDB-MT), fez da reforma da Previdência para empresários mineiros foi contundente e contou com participação de técnicos do governo, que se deslocaram de Brasília para a sede da Fiemg, em Belo Horizonte. Marun disse que só trabalha com um cenário. o de aprovação da reforma, e garantiu que o governo não tem um plano B, mas concorda que esta não é uma tarefa simples. Para Marun, a reforma é necessária. mas diz entender porque os deputados têm dificuldade em analisá-la em um ano eleitoral. Por isso as conversas que vem mantendo com vários setores da sociedade. Pesquisas internas do governo indicam, segundo Marun, que metade da população aprova a reforma.
Efeito Fábio Ramalho
Os argumentos usados por Carlos Marun para empresários mineiros estavam dentro do programado, até ele ser abordado pelo presidente interino da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG). Ele disse que ao ministro que não acredita que o governo conseguirá os votos necessários para votar a reforma da Previdência. Para o parlamentar, não há tempo para isto, além do governo contar com a má vontade dos deputados federais, que não tem interesse em votar uma matéria dessa complexidade agora. Ramalho disse que falou com o presidente Michel Temer, na quarta-feira, das dificuldades que ele vai enfrentar e da derrota iminente, caso insista em colocar a reforma na pauta de votação. Ramalho disse que andou por pelo menos 60 municípios no final do ano passado e foi abordado pelas pessoas pedindo para não votar na reforma. O parlamentar ainda ironizou ao dizer que, às vezes, as pessoas ficam nos palácios em Brasília, que é uma ilha da fantasia e alertou que é preciso ir para as ruas, aos mercados, bares para sentir o que o cidadão pensa. Fábio Ramalho chegou atrasado na apresentação do ministro aos empresários e muitos estavam certos de que ele não apareceria. Mas para o azar de Marun, ele não só foi como contestou os seus argumentos em relação a reforma da Previdência.
Empresários e parlamentares
Empresários ligados à Federação das Indústrias de Minas Gerais e de entidades empresariais do estado, participaram da reunião e do almoço com o ministro Carlos Marun. Vários deputados também acompanharam a discussão para sentir a disposição dos empresários mineiros em relação ao tema. O presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr, é categórico quando questionado em relação ao assunto: não é hora para brincadeira, é preciso ter responsabilidade para com o país.
Eleições
Carlos Marun acredita que o grupo que acompanha o presidente Michel Temer terá um candidato com chances de chegar ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano. Segundo ele, será o projeto da lucidez que vai se posicionar entre as duas candidaturas que estão colocadas: a de Lula e de Bolsonaro. O nome ainda não está definido, pode ser Rodrigo Maia, Geraldo Alckmin ou outro nome. O assunto será tratado pelos governistas após a votação da reforma da Previdência. Marun também aproveitou para criticar o posicionamento do Judiciário em relação a indicação do nome da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. Para o articulador político de Michel Temer, “não existe governabilidade possível em um país onde um juiz de Primeira Instância, e são centenas aqui no Brasil, pode reformar uma decisão privativa do presidente da República?”. Para Marun, a nomeação de Cristiane Brasil é um ato absolutamente legal e o governo vai lutar na Justiça para ter direito às suas prerrogativas já que cabe ao presidente o direito de nomear e exonerar os seus ministros e torce para que o bom senso se reestabeleça.