A frase dita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na última terça-feira repercutiu entre as lideranças políticas da oposição. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada no último sábado (28), disse a dezenas de alunos da escola de negócios da Universidade de Chicago, durante evento fechado em São Paulo, que a presidente Dilma Rousseff tem “um desejo genuíno de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil, não da maneira mais efetiva”. Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o deputado Antonio Imbassahy(foto) (PSDB-BA) ironizou a declaração do ministro. “A única coisa de que eu discordo é que, ao invés de ser ‘às vezes’, é ‘quase sempre’ (que Dilma não age de maneira efetiva). O ministro foi muito generoso”, disse o parlamentar baiano. Já o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que “o principal ministro dizer isso publicamente desarruma o governo”, enquanto o peemedebista Lúcio Vieira Lima, do PMDB baiano, atribuiu o “sincericídio” à falta de formação política de Levy. Para as lideranças de oposição, a frase de Levy reforça a importância da audiência que o ministro terá na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta próxima terça-feira, uma vez que essa não é a primeira vez que o ministro critica o governo. Há um mês, Levy chamou de “grosseira” a iniciativa de desonerar a folha de pagamentos. Na ocasião, Dilma afirmou que o ministro havia sido “infeliz” ao usar a expressão. O Palácio do Planalto preferiu não se manifestar sobre a nova declaração de Joaquim Levy, que publicou nota de esclarecimento na noite desse sábado, após a polêmica.