O presidente do PTB, Roberto Jefferson (foto), tem mantido encontros diários para fazer alianças em todo o país com os partidos conservadores, com a Igreja Universal e com os deputados alinhados com o presidente Jair Bolsonaro que saíram do PSL. Jefferson disse que está tentando fazer uma base conservadora com vistas às eleições de 2022. A lógica do xadrez político trabalhada por Jefferson é focada no PT e no PSDB e nos partidos alinhados as duas legendas. Segundo ele, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se uniu ao presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para fazer uma aliança contra o presidente Jair Bolsonaro. Essa aliança, segundo ele, passa pelo PT e diz que “já se ouve falar na aliança entre PT e PSDB contra Bolsonaro em 2022. Acho que o Fernando Henrique se dispõe a ser até o vice de Lula para fortalecer a chapa”.
Alternância no governo
Os maiores derrotados com a eleição de Bolsonaro, no seu entendimento, foram o PSDB e o DEM, que se alternavam no governo com o PT. Com a eleição de Bolsonaro, Jefferson disse que o PSDB foi para escanteio e se une ao PT, agora, para voltar ao poder. Apesar de afastado do PSDB, Roberto Jefferson acredita que Fernando Henrique Cardoso ainda tem uma forte influência sobre o partido. Segundo ele os principais nomes da legenda estão envolvidos em processo de corrupção, como o senador José Serra e o deputado federal Aécio Neves. A liderança do governador de São Paulo, João Doria é desdenhada por Jefferson, que o trata como uma figura tragicômica no partido, a quem chama de “corretor dos negócios da China”.
Construindo um caminho
A amizade entre Roberto Jefferson e o presidente Jair Bolsonaro vai caminhando bem, segundo o presidente do PTB, e está sendo construída com base na confiança. Ele disse que o PTB defende o presidente porque ele defende as teses que são as do PTB. “O presidente Bolsonaro crê em Deus, crê na família, crê na pátria, na liberdade e na verdadeira justiça. Esses são os princípios que mantém de pé o PTB. São princípios que são sagrados para nós. Mais importante do que qualquer política ou cargo no poder. É manter viva a tradição judaico/cristã. E vamos lutar por isso ao lado do presidente Bolsonaro sempre”. Os problemas entre Jefferson e alguns bolsonaristas não são empecilho , segundo ele, porque ele não quer cargo no governo, pois o que deseja é o presidente Bolsonaro no PTB, “Porque aqui ele vai encontrar gente de coragem para defende-lo, que bota a cara, que dá o sangue. Nós temos aparência de ovelha, mas nas veias correm sangue de leão”.
Eleições municipais
O PTB está abrindo negociação com grupos bolsonaristas nas eleições municipais no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, no Rio Grande do Norte, em Minas, São Paulo. A Executiva Nacional vai analisar as coligações que estiverem de fora desse eixo, mas avisa que não aceita coligação com o PSDB ou com o DEM, ou os partidos de esquerda. Para 2022, Roberto Jefferson disse que o partido já está fechado com a reeleição de Jair Bolsonaro. Segundo Jefferson, Bolsonaro sabe que o povo está com ele. “Onde ele vai no Brasil o povo se aglomera sem mortadela ou cachaça. Vai por livre e espontânea vontade. Ele é o guerreiro de Deus, porque essa eleição não se dará mais apenas no campo do poder. Ela está no campo religioso também, porque esse globalismo misturado com maoísmo, com o comunismo chinês, quer a destruição da família cristã, do nosso legado judaico/cristão, que é o fim da Bíblia, do Velho Testamento e nós vamos impedir isto ao custo que for.
Supremo Tribunal Federal
Com várias críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal, Roberto Jefferson está convicto de que o STF vai absolver o ex-presidente Lula, vai tratar Sergio Moro como criminoso por ter condenado o líder petista e o coordenador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol como um fraudador. De cada um dos ministros, Jefferson tem uma queixa. Para ele a atual composição do STF é a pior da história da Suprema Corte, “uma lata de lixo”. Para Jefferson, o STF deveria ser formados por juízes de carreira e ser o último degrau da carreira da magistratura. “Eles deveriam ser comprometidos com a toga, não com partidos políticos ou interesses econômicos de empresas brasileiras e estrangeiras”. Todo protagonismo político, segundo Jefferson, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, que mantém o Congresso Nacional na sombra.