Apesar de tudo, e dos políticos, há uma mudança de ânimo na economia brasileira. Empresários e consumidores já não estão tão pessimistas e, ao contrário, se arriscam no otimismo. Não há um número que justifique esta mudança de postura. Os que existem, mostram apenas que deixamos de piorar. Estabilizamos na mínima, mas, ao menos, deixamos de cair e, certamente este foi um dos componentes da mudança de ânimo. No empresariado o que impulsiona a confiança é a perspectiva de que, enfim, se fará as mudanças necessárias ao país. A certeza é de que elas não acontecerão num movimento de mágica, mas, pelo menos, de forma transparente, o governo sinaliza que quer e, mais do que isto, que precisa mudar alguns marcos econômicos para pavimentar o caminho de um crescimento sustentável. Não podemos mais ter apenas voos de galinha. Dar pequenos saltos de crescimento que não se sustentam. Estamos bem atrás até de países com menor potencial de desenvolvimento, tudo por não termos conseguido, ainda, limpar o caminho dos entulhos legais que, se alguns anos atrás foram fundamentais para impulsionar a economia e proteger o trabalhador, hoje são empecilhos que nos atrapalham de alçar o voo da águia. E o que explica esta mudança de ânimo do consumidor, bombardeado por números ruins, especialmente quanto ao emprego? Talvez o sentimento de que alguma coisa está mudando no país. Talvez a sensação de que a Operação Lava Jato, sob o comando do Juiz Sérgio Moro (foto), caminha para colocar o fim na impunidade de muitos e, com isto, estabelecer novos padrões de seriedade na administração pública. O que virá pela frente ainda não se sabe. Temos, porém, a certeza de que o país tem pressa em resolver suas pendências. Quanto mais rápido o país definir o seu futuro, se com Dilma ou com Temer, melhor. Até porque, não se iludam, ainda vamos viver uma longa fase de turbulência política, qualquer que seja o desfecho do processo de impeachment. Se Dilma vencer e retomar o governo, não terá apoio para governar, problema que ela mesma vem agravando com sua fala destemperada. Se Temer ficar, vai enfrentar uma oposição histérica, que vai trabalhar para inviabilizar o seu governo, até como maneira de equilibrar o jogo de 2018. O PT não fará o silêncio cobrado por uma de suas antigas lideranças, Paulo Delgado, em entrevista publicada neste espaço no domingo. O silêncio, acentuou Delgado, necessário, em respeito ao Brasil.