Como reflexo da decisão do Supremo Tribunal Federal de libertar o ex-ministro José Dirceu, e outros denunciados na Lava Jato, o ex-ministro Antônio Palocci (foto), que estava negociando a delação premiada, resolveu dispensar os seus advogados. Palocci tinha o mesmo advogado de Lula, mas como resolveu pela delação premiada, contratou Adriano Bretas e Tracy Reinaldet, que até ontem, tinham como certo o acordo firmado com o Ministério Público e a Polícia Federal. Com a decisão do STF, Palocci recuou e vai tentar também sair da cadeia. Ontem o ministro Edson Fachin negou pedido de habeas corpus d.e Palocci, transferindo a análise do pedido de habeas corpus para o pleno do STF. Fachin foi voto vencido no julgamento que determinou a soltura de José Dirceu.
Tensão aumenta com temor de interferência na Lava jato
O clima de revolta de internautas devido a decisão do Supremo Tribunal Federal de liberar da cadeia o ex-ministro José Dirceu e outros denunciados pela Lava Jato é alimentado pelos grupos que lideraram os movimentos de rua contra a corrupção e pelos procuradores federais, inconformados com os rumos do processo. O coordenador da força tarefa, o procurador Deltan Dallagnol, tem usado a sua rede social para criticar a atuação do Supremo e questiona o fato de José Dirceu ter sido condenado a mais de 32 anos por corrupção e lavagem de dinheiro e chamou de incoerente a decisão dos ministros diante de casos como o de um preso com 162 gramas de cocaína, que foi mantido preso apesar de, na opinião do procurador, ser preso em situação de menor gravidade. Diante das manifestações, alguns ministros do Supremo tentam conter os ânimos garantindo que a Lava Jato não corre risco. A própria presidente da Suprema Corte, ministra Cármen Lúcia garantiu que a operação não corre risco.
