A Câmara dos Deputados examina nesta semana, e provavelmente agilizará a votação da chamada PEC do Estado de Emergência ou, se preferir, a PEC da Compra de Votos. Já aprovada pelo Senado quase por unanimidade – o único voto contrário foi do senador José Serra, conhecido e reconhecido pela seriedade de atuação- destina mais de R$ 40 milhões para vários benefícios ditos sociais, como auxílio aos caminhoneiros, aos motoristas de táxi, aos idosos que terão gratuidade no transporte e aumento do vale gás, tudo vigorando até o final de dezembro, logo após as eleições. Depois acaba tudo, afinal, o eleitor já não tem qualquer utilidade. O estado de emergência será declarado apenas como forma de burlar a lei que proíbe a concessão de novos “benefícios” ou aumento dos já existentes é vedado pelas leis eleitorais e Constituição. Estão estuprando nossas leis com a participação direta dos que foram eleitos para preservá-los e a omissão dos que recebem para defendê-las. Cabe ao povo dar uma resposta aos omissos e aos aproveitadores. É preciso nos conscientizarmos de que o erro de nosso processo eleitoral não está nas urnas, reconhecidamente invioláveis, mas que querem desmoralizar numa tentativa de destruir a democracia. O problema do processo eleitoral está em quem sai das urnas com os votos dos ingênuos ou espertinhos mal-intencionados. Vamos ter um processo eleitoral viciado que não importando os eleitos o irá agravar, a curtíssimo prazo nossa crise econômica, acrescentando a ela a crise de caráter. (Foto reprodução internet)