Para o setor produtivo envolvido com a Petrobras, 2016 será um ano difícil para se esquecer. Mas o problema não começou neste ano, segundo o diretor executivo de Petróleo e Gás da Abmaq, Alberto Machado (foto), mas desde que a Petrobras começou a ter dificuldades de caixa e com a instabilidade no corpo gerencial para tomar decisões. O trabalho do juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato é aplaudido pelos empresários do setor, mas para Alberto Machado o pior foi o aparelhamento da estatal para o roubo. O trabalho da Justiça também teve um efeito dominó não só nas empresas envolvidas no escândalo de corrupção, como nas que ficaram sem receber devido aos bloqueios judiciais. Muitas compras que foram feitas não foram pagas.
Pedro Parente
Mas a maior reclamação do setor é em relação a forma com que o atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, está tentando resolver o problema de balanço da empresa, prejudicando a indústria brasileira, ao buscar equipamentos estrangeiros. O assunto foi levantado durante o lançamento do Movimento Produz Brasil, que tem a participação de 14 instituições empresarias, ontem, na sede da Fiemg.
Movimento de empresários para evitar que indústrias fechem
O movimento Produz Brasil surgiu, segundo Melquisedec de Freitas Corradi, gerente de Política Industrial da Fiemg, para fazer frente ao decreto 8337/2016, que prevê a retirada do conteúdo local dos fornecimentos para a indústria de petróleo e gás. Malquisedec diz que essa medida é extremamente danosa para a economia nacional e vai fechar muitas fábricas. As empresas do setor atuam com 60% da capacidade ociosa. Muitos dos investimentos que a Petrobras faria não se concretizaram. Esse movimento, segundo o economista é para evitar que as indústrias fechem as portas.