Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, publicada ontem, o governador Fernando Pimentel (foto) comenta a crise financeira e orçamentária pela qual atravessam os estados e reitera, com firmeza, a posição do Governo de Minas Gerais em seu compromisso com os direitos adquiridos dos servidores, com a prestação dos serviços à população e com a defesa do patrimônio do Estado. De acordo com Pimentel, todos os estados vivenciam um momento delicado do ponto de vista da saúde das contas públicas. Em Minas Gerais, por exemplo, as despesas estaduais superam entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões a arrecadação. “Minas Gerais está pagando o preço dos erros do passado. De 2002 até 2013, talvez, os estados tiveram anos dourados do ponto de vista das receitas e de acesso a financiamentos. Minas desperdiçou esses recursos. A receita quase quadruplicou, mas a folha de salários triplicou e isso colocou um peso grande e permanente sobre o Estado e não temos como nos livrar dele”, analisa o governador.
Socorro aos estados
Como medida para socorrer os estados, a União oferece um plano de recuperação fiscal, aceito Rio de Janeiro e questionado por Minas Gerais. Pimentel questiona vários pontos do plano, como o prazo estipulado e as contrapartidas exigidas, em especial a privatização de empresas, como Cemig, e a revisão de benefícios e salários do funcionalismo público. “Todos (os servidores) são estáveis. Acho que o ajuste das contas é necessário e imprescindível. Mas ilude-se quem pensar que consegue fazer isso em três anos. Quer dizer, pode-se até fazer, mas cortando o serviço público. Com receita milagrosa, nós vamos provocar colapso nos serviços públicos, na segurança, na saúde, na educação. Se para fazer ajuste nós tivermos que cortar serviços públicos, estou fora”, frisa Pimentel.