A decisão do governador Fernando Pimentel (foto) de estabelecer um cronograma para os próximos pagamentos dos servidores públicos do Estado deixou os servidores em alerta. Segundo o governador, a situação financeira é muito difícil em todos os estados e Minas não é exceção. “Nós herdamos o estado com um déficit brutal. Este déficit a gente tentou reduzir ao longo do ano passado, nós não conseguimos reduzir. E no orçamento deste ano, o déficit que tá lá registrado é de R$ 10 bilhões. Então, nós vamos ter um ano do ponto de vista financeiro-orçamentário muito apertado”, ponderou. Com as constas no vermelho, os próximos salários também devem sofrer atrasos. O pagamento de janeiro, que deveria ser liberado amanhã, será quitado no dia 13. Para quitar a folha dos mais de 400 mil servidores e o reajuste prometido ao magistério, o governador conta com a arrecadação de ICMS e do IPVA, que começa a ser pago no dia 11. A intenção de se fazer o cronograma, segundo o governador, é garantir aos trabalhadores a segurança dos pagamentos, de forma organizada. Pimentel disse ainda que pretende conversar com representantes dos servidores públicos sobre a situação financeira do Estado.
Fornecedores
O secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, anunciou ontem que o governo está garantindo o pagamento mínimo a todos os fornecedores contratados pelo Estado. “Na área de saúde, por exemplo, não há nenhum hospital filantrópico ligado ao Estado que esteja desabastecido”.
Servidores públicos preparam manifestações e não descartam entrar em greve
Representantes dos servidores públicos do Estado terão um encontro na segunda-feira para definir as ações em protesto contra o atraso no pagamento dos salários do funcionalismo público. Não está descartada a paralisação. Pelo menos três categorias estão dispostas a cruzar os braços: Saúde, Segurança, Penitenciária e ainda setores administrativos do governo. O diretor do Sindipúblicos, Geraldo Henrique, disse que “até o momento o Governador Pimentel não admitiu que a crise que Minas vive é reflexo da política econômica equivocada do Governo Federal: uma política de gastos públicos ineficientes com uma máquina inchada, onde a população é obrigada a suportar aumento de impostos sem sequer ser atendido em suas necessidades básicas”. Além disso, o sindicalista falou que os servidores se sentem amedrontados, porque qualquer assunto em torno de paralisação geral “gera ameaças de todos os tipos, coisa que a gente não esperava”. O grande problema hoje, segundo Geraldo Henrique, é que o governo até agora não conversou com os sindicatos, e, apesar de prometido, não existe diálogo. O encontro da próxima semana deve reunir representantes de 12 sindicatos e associações de servidores públicos, entre eles os representantes de fiscais, policiais civis e servidores da saúde.