Devido ao empenho do governo pela recondução de Leonardo Picciani para a liderança do PMDB, várias interrogações surgiram ontem no Congresso Nacional. A principal delas: qual foi o custo dessa eleição para o governo, ou para nós contribuintes. Para aliados e oposicionistas, a presidente Dilma tem agora uma dívida com o PMDB do Rio de Janeiro e que praticamente assegurou a vitória de Picciani e está refém do PMDB e de um deputado que, há menos de dois meses era demonizado pelos governistas. Antes de se tornar o preferido da presidente, o peemedebista era ligado a Eduardo Cunha e foi com a sua ajuda que assumiu, pela primeira vez a liderança do partido. Agora, Picciani (foto) derrotou o candidato do presidente de Eduardo Cunha, Hugo Motta, por 37 votos a 30.
Alívio em relação a pautas perigosas
Para garantir a vitória de Picciani, a presidente Dilma liberou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, para que ele pudesse votar no seu candidato. A exoneração gerou várias críticas, inclusive sobre o nível de prioridades da presidente, que entendeu como mais importante a votação na Câmara dos Deputados, apesar da trágica situação da saúde no país, que passa por um momento crítico devido a falta de investimentos no combate ao mosquito transmissor da dengue, que agora também é o da zika e da chikungunya. As razões da presidente em priorizar a eleição de um simples líder de bancada, passam pela análise do processo de impeachment, que vem tirando o seu sono e de projetos em importantes para aumentar a receita do governo, como o do aumento da CPMF e a discussão da reforma da Previdência, assuntos em que o governo precisa de uma base sólida para conseguir aprovar. Esse foi só o início de muitas faturas que a presidente ainda vai pagar para garantir a governabilidade. E o mandato.
