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Policiais vão para as ruas reclamar de parcelamento de salário

Paulo César de Oliveira
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Policiais civis, militares e bombeiros fizeram uma manifestação ontem, na Assembleia Legislativa, para protestar contra o parcelamento dos salários. O governador Fernando Pimentel está parcelando o vencimento dos servidores que recebem acima de três mil reais em até três vezes. Com isso, a partir desta sexta-feira, os delegados mineiros vão alterar o horário do expediente para três horas durante seis dias, até a data do pagamento da segunda parcela. A partir daí e até o dia 16, dia do pagamento da terceira parcela, o horário de trabalho será de seis horas diárias e só depois retornam a jornada normal. Além de reivindicarem o pagamento integral no 5º dia útil, os policiais reclamam que o governo está querendo escolher com quem negociar e isso eles também não vão aceitar. A reclamação é motivada pelo fato de o deputado estadual Sargento Rodrigues (foto). PDT, ter sido barrado nas conversas com o secretário de Governo, Odair Cunha (PT). No pátio da Assembleia Legislativa os policiais gritaram palavras de ordem, fizeram discursos exaltados e espalharam faixas com as reivindicações da categoria. Pelo menos duas mil pessoas participaram do ato na Assembleia Legislativa, segundo a PM, e dez mil na Praça da Liberdade, onde a manifestação terminou, segundo os organizadores.

 

Entidades pedem ajuda ao presidente da AL

Os representantes das entidades ligadas as forças de segurança do Estado entregaram um documento, ontem, durante a manifestação, ao presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (PMDB), pedindo apoio às reivindicações dos policiais e para ajudar na negociação com o governo. Os policiais alegam que as conversas até agora não evoluíram e o último encontro durou apenas cinco minutos, quando as entidades foram comunicadas de que a situação continuava inalterada. Não foi agendado outro encontro.

 

Governo diz em nota que mantém o diálogo com todas as entidades do funcionalismo

Após o movimento dos policiais , o Governo de Minas divulgou uma nota em que alega manter o diálogo com as entidades sindicais que representam o funcionalismo e lembra que 75% dos servidores recebem o salário integralmente no quinto dia útil. “O Governo do Estado de Minas Gerais reitera sua posição de ampla transparência e pleno diálogo com as entidades sindicais que representam as diversas categorias dos servidores públicos estaduais. Quanto à folha de pagamento do funcionalismo, cabe lembrar que 75% dos servidores continuam recebendo o salário, integralmente, no quinto dia útil. O calendário adotado para os demais funcionários e amplamente divulgado no último dia 15/01, em reunião com representantes do funcionalismo, é uma das medidas emergenciais necessárias, diante do cenário de déficit orçamentário até então desconhecido pela população mineira. Nesse sentido, o governo vem adotando medidas austeras para reduzir os gastos públicos e estimular a arrecadação, a fim de superar as dificuldades financeiras que afetam todos os estados brasileiros e a União. Por fim, o Governo do Estado reafirma sua postura de estreito e constante diálogo com as entidades que representam os servidores públicos estaduais”.

 

Greve de 1997

A primeira manifestação, que deflagrou com movimento grevista da Polícia Militar, aconteceu em 1997. Os policiais reivindicavam um aumento salarial de 100% e os ânimos se exaltaram em um confronto entre os grevistas com policiais federais, quando o policial Valério dos Santos Oliveira foi baleado e morreu quatro dias depois. Os servidores encerraram o movimento após conseguir 48,2% de reajuste salarial. Eduardo Azeredo perdeu a reeleição dois anos depois e a polícia tomou gosto pelas manifestações.

 

Hoje conversa é com professores

Está agendada para as 17 horas de hoje, na Cidade Administrativa, um encontro do secretário da Casa Civil, Odair Cunha, e da Educação, Macaé Evaristo, com representantes dos servidores da educação. Segundo Beatriz Cerqueira, presidente do SindUte, além do atraso e parcelamento dos salários, que a categoria não aceita, as entidades querem cobrar do governo definições sobre nomeações e sobre os dispensados da Lei 100. “Muitos servidores que estavam afastados por problemas de saúde, ou mesmo incapacitados definitivamente para o trabalho, foram simplesmente exonerados do Estado, sem qualquer direito, sem receberem indenizações e hoje passam por enormes dificuldades. Queremos cobrar do governo ainda maior rapidez nas nomeações. As designações fragilizam as relações trabalhistas e não dão oferecem qualquer garantia ao trabalhador. Não aceitamos que milhares de trabalhadores da educação fiquem em situação precária”. Beatriz, que participou de uma reunião ontem na Assembleia para debater os problemas da área da educação, anunciou para sexta-feira uma manifestação na Cidade Administrativa contra o parcelamento do salário dos servidores públicos do Estado.

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