Onze senadores de diferentes partidos da base governista divulgaram ontem(20) manifesto contra a política econômica do governo e anunciaram que votarão contra a Medida Provisória 665, a primeira MP do ajuste fiscal a ser votada no Senado. Contudo, devido à falta de quórum na noite nessa quarta, a votação foi adiada para a próxima terça feira. As discussões sobre a MP começaram às 18h e deveriam atravessar a noite, já que muitos senadores se inscreveram para falar na tribuna – inclusive os signatários do manifesto. O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral, sugeriu que só os líderes das bancadas falassem antes da votação, para apressar os trâmites. Mas a sugestão não foi aceita pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). A quantidade de parlamentares na tribuna baixou o quórum e Renan transferiu a votação para a próxima semana. A MP 665 trata de mudanças no acesso dos trabalhadores a benefícios como seguro-desemprego e abono salarial – e provocou revolta entre senadores da base aliada e do próprio PT. “Nós vamos votar contra o ajuste para dizer que existe uma parte da sociedade, dos movimentos sociais, dos partidos de esquerda, que querem que o governo dê certo, mas para isso tem que mudar o rumo”, disse o petista Lindbergh Faria (RJ). Além de se comprometerem a votar contra a MP 665, os senadores podem propor mudanças na MP 664, que trata do acesso de trabalhadores a benefícios como a pensão por morte. No entanto, como a Câmara incluiu no texto uma emenda que modifica as regras do Fator Previdenciário, que é apoiada pelo grupo, eles não devem votar contra a medida para garantir a aprovação da emenda. O manifesto é assinado pelos senadores Lindbergh Faria e Paulo Paim (foto) do PT, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Roberto Requião (PMDB-PR), Cristovam Buarque (PDT-DF), Lídice da Mata (PSB-BA), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), João Capiberibe (PSB-AP), Roberto Rocha (PSB-MA), Hélio José (PSD-DF) e Marcelo Crivela (PRB-RJ).