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Presidente Dilma ficou distante da população em sua passagem por Congonhas

Paulo César de Oliveira
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Blindada de contato com moradores e com possíveis manifestantes, a presidente Dilma Rousseff (foto) participou ontem em Congonhas, na região Central de Minas, da inauguração do museu que leva o nome da cidade. Toda área do entorno da Basílica foi isolada pelo cerimonial do Palácio do Planalto. Somente convidados credenciados tiveram acesso ao local. Ao lado do governador em exercício, presidente do Tribunal de Justiça, Pedro Bitencourt, a presidente fez um rápido discurso, quando se comprometeu a “transformar o Rio Doce no que ele era”, ao se referir ao rompimento da barragem de Mariana, onde aconteceu a maior tragédia ambiental da história do Brasil. “Nos importa transformar novamente o Rio Doce naquilo que ele foi. Com margens reflorestadas, nascentes preservadas, recuperando inteiramente o rio. Esse é um projeto que não se esgota no curto prazo, mas que começa no curto prazo e que se estende até que o rio seja de fato aquele rio que nós herdamos dos nossos ancestrais”. A presidente também falou na necessidade da diversificação econômica das cidades mineradoras.

 

Manifestação

Protegida pela plateia amiga, a presidente Dilma foi recebida por um grupo de militantes que entoava o refrão “oh tucanada, pode tentar que esse golpe não vai colar”. Em outro momento gritou “não vai ter golpe, não vai ter golpe” e “o povo decretou, menos ódio e mais amor” e “no meu país, eu boto fé porque ele é governado por mulher”. Mas como nem tudo é perfeito no mundo de Dilma, um homem causou tumulto durante o discurso do ministro da Cultura, Juca Ferreira, ao gritar “Fora Dilma”, deixando o local pouco depois.

 

O museu

A presidente Dilma andou pelas dependências do prédio onde funciona o museu “um sonho que levou 12 anos para se realizar”, segundo ela. No local estão reunidas mais de 300 peças sacras. A inauguração do museu faz parte das comemorações dos 30 anos da elevação do sítio histórico de Congonhas a Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foram gastos 25 milhões de reais na obra, sendo 7,5 milhões de reais a prefeitura de Congonhas e o restante financiado com recursos captados pela Lei Rouanet. Entre os patrocinadores do empreendimento estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), presidida por Benjamin Steinbruch, e bancos privados. Instalado em um edifício de 3.452 m² ao lado do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, contempla três pavimentos com salas de exposições, biblioteca, auditório, espaço educativo, cafeteria, anfiteatro ao ar livre, reserva técnica, entre outros. O projeto é do arquiteto mineiro Gustavo Penna.

 

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