O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou na manhã de ontem o economista Ilan Goldfajn como novo presidente do Banco Central. Ele já foi diretor de Política Econômica do próprio BC no mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso e no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2000 e 2003. Goldfajn (foto) era economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco. Economista com mestrado pela PUC do Rio de Janeiro e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), ele já atuou em organizações internacionais, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e as Nações Unidas. Após o anúncio, o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, divulgou nota na qual elogia a indicação de Goldfajn e afirma que o economista é um profissional “reconhecido, com larga experiência no setor financeiro brasileiro, ampla visão da economia nacional e internacional”. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que após deixar a presidência do BC, Alexandre Tombini continuará “integrando a alta administração federal em outra função”, mas não adiantou qual será. Para tomar posse no Banco Central, Goldfajn ainda tem de ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal e ter seu nome aprovado por esta comissão e também pelo plenário da Casa – assim como os diretores que forem por ele indicados. Meirelles anunciou também outros para equipe econômica nessa terça. Foram confirmados os nomes dos economistas Mansueto Almeida (Secretaria de Acompanhamento Econômico), Carlos Hamilton (Secretaria de Política Econômica) e a manutenção, pelo menos por enquanto, de Jorge Rachid na Receita Federal e de Otávio Ladeira no Tesouro Nacional.
Autonomia técnica
Meirelles reafirmou em entrevista que o presidente do Banco Central deixará de ter status de ministro de Estado. Mas ele acrescentou que será enviado um projeto ao Congresso Nacional para que o presidente, assim como a diretoria da entidade, tenha foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa terça, Meirelles acrescentou que o governo também vai propor ao Congresso uma “autonomia técnica” para o Banco Central. Entretanto, ele disse que essa autonomia não é o mesmo que independência do BC. “Também será proposta a autonomia técnica decisória do Banco Central. O que vai ser definido é autonomia técnica. Não tem questionamento sem ter autonomia técnica para decidir. Nesse momento, não há definição de mandatos para os integrantes do BC É algo que vamos analisar com profundidade”, disse Meirelles.