Que eu me lembre, nunca um presidente da República visitou um presidente do Supremo Tribunal Federal, em sua casa, para uma conversa de trabalho. Foi o que aconteceu no sábado quando o presidente Temer (foto) deslocou-se do Palácio do Jaburu até a cada da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia Rocha, para conversarem sobre a chacina – que Temer chamou de “acidente” e por isso recebeu críticas imediatas na redes sociais – do Amazonas. Sem a presença de testemunhas, conversaram por três horas e a mineira de Espinosa pôde abrir o verbo, educadamente mas sem nenhuma cerimônia. Em tempos normais no Brasil, onde o presidente da República tem status de rei, ela é que iria o presidente.
Um terror sem fim
Aliás, a gravidade da situação nos presídios brasileiros não é uma novidade para a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Ela acompanha a situação desde os seus tempos em que ajudava nos trabalhos da pastoral carcerária em Belo Horizonte. Nas visitas surpresa que tem feito a alguns presídios, a ministra tem constatado uma piora considerável na situação. Certamente foi o que disse a Temer.