Quando assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB) não imaginava que ele seria tão pressionado. Para o anúncio do nome do relator da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, nesta terça-feira, o parlamentar mineiro tem enfrentado a ala governista e a oposição, todos querendo comandar o processo. Para Rodrigo Pacheco (foto), este é um momento delicado, grave, que exige responsabilidade, isenção e independência, e esta deve ser a postura da comissão diante desse assunto. A partir da próxima sessão do Plenário, começa a contar o prazo de até dez sessões para a defesa de Temer. Encerrado esse período, a CCJ terá então até cinco sessões do Plenário para concluir a análise do processo.
Comissão pode ter muitas mudanças
Depois de o Solidariedade destituir o deputado Major Olímpio (SD-SP) da cadeira na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o PSDB promoverá substituições no colegiado para ampliar os votos contrários à denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. O plano do Palácio é derrubar a denúncia já na CCJ, e evitar que chegue ao plenário da Câmara. Os sete titulares do PSDB na comissão – Betinho Gomes (PE), Elizeu Dionizio (MS) Fabio Souza (GO), Jutahy Junior (BA), Paulo Abi-Ackel (MG), Rocha (AC) e Silvio Torres (SP) – tendem a votar pela aceitação da denúncia. Pelo menos quatro deputados devem ser substituídos por suplentes obedientes ao líder Ricardo Tripoli (PSDB-SP), mais próximo do Palácio.