A vice procuradora geral da República, Ela Wiecko (foto), foi exonerada do cargo ontem, a pedido, após a divulgação de um vídeo que mostra a sua participação em uma manifestação organizada em Portugal contra o presidente interino Michel Temer. Ela Wiecko, como é procuradora de carreira, mesmo com a exoneração do cargo de vice do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, permanecerá na Procuradoria. Segundo a PGR, o pedido de exoneração foi aceito por Janot. Em nota, a assessoria da Procuradoria informou que o afastamento da vice-procuradora da função será publicado na edição de hoje do “Diário Oficial da União”. Ainda não divulgado quem irá substituí-la na segunda função mais importante do Ministério Público Federal. O protesto contra o governo Temer em Portugal, do qual Ela Wiecko participou, ocorreu em junho. Ela foi filmada no protesto segurando uma faixa que denunciava a realização de um “golpe” no Brasil e que tinha a mensagem “fora, Temer”.
Marido engajado
No começo de agosto, o marido de Ela Wiecko, Manoel Volkmer de Castilho, que trabalhava no gabinete do ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal, como assessor técnico, foi exonerado após assinar um manifesto de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Castilho assinou o documento que afirma que Lula sofre “ataques preconceituosos e discriminatórios”. No documento, juristas defenderam o direito de o petista recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a atuação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.