Os professores que têm ocupado as galerias da Assembleia Legislativa, para acompanhar a votação do projeto que trata do reajuste de 11,36% para a categoria, não gostaram da sessão de ontem ter sido encerrada em apenas três minutos, como cronometrou a presidente do SindUte, Beatriz Cerqueira (foto). O governo não tem conseguido garantir o quórum necessário para as votações. Antes do projeto, os deputados têm que votar quatro vetos, que necessitam de pelo menos 39 deputados em plenário. Ontem, apenas 22 dos 77 deputados estaduais mineiros apareceram.
Corpo mole
A bancada do PSDB, dos partidos que fazem parte do bloco independente e até do próprio PT, não escondem a insatisfação com o tratamento dispensado pelo governo do estado aos parlamentares. Essa insatisfação é manifestada no plenário da Assembleia Legislativa e nas comissões técnicas da casa. Ninguém vota nada até que o governo atenda as reivindicações dos parlamentares. Com a proximidade das eleições e com o desgaste da classe política, está cada vez mais difícil para os deputados manter uma base razoável em suas regiões eleitorais. Do outro lado, o governo sofre com a queda na arrecadação e está cada vez mais difícil atender as demandas das prefeituras, até mesmo com convênios feitos nas secretarias.
Distanciamento
Para os deputados do PMDB, uma prova do distanciamento do governador Fernando Pimentel com a bancada pode ser comprovada na reunião em que o diretório estadual deliberou pelo afastamento do partido do governo Dilma. Em nenhum momento o governador ou seus secretários tentaram demovê-los desta decisão. O líder da bancada na Assembleia Legislativa, deputado Vanderlei Miranda entendeu como uma atitude elegante do governador, o fato dele ter se mantido distante. Mas outros entenderam como uma tentativa de Pimentel de se distanciar das denúncias e do desgaste sofrido pela presidente Dilma Rousseff, já que ele tem seus próprios problemas para enfrentar.
