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PT arma praça de guerra. Moro diz que é apenas um depoimento

Paulo César de Oliveira
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Há quem acredite que Lula (foto) esteja em plena campanha para voltar à presidência da República na eleição do ano que vem. Pode ser. Mas há quem veja nas performances de uma iminente prisão por causa dos processos que responde na Operação Lava Jato.O ex-presidente seria, neste momento, um homem mais preocupado com a própria liberdade do que com a reconquista do poder, que as pesquisas indicam estar ao alcance de suas mãos. Lula tem transformado até participação em batizados em ato político. E não será diferente nesta quarta-feira quando, finalmente, estará diante do juiz Sérgio Moro. Lula se diz feliz pela oportunidade de, finalmente, provar sua inocência e demonstrar que há uma conspiração do universo contra ele, visando impedir que dispute e vença as próximas eleições. Procura demonstrar confiança, mas acaba mostrando arrogância, ao ameaçar, se de volta à presidência da República, mandar prender os que hoje o acusam e controlar a mídia não amiga. Mesmo arrotando confiança, tomou seus cuidados e providenciou que o PT mande para Curitiba uma ‘tropa de choque’, para fazer vigília e ‘proteger’ o chefe de possíveis arroubos do juiz Moro. Lula sabe perfeitamente que nada de mais acontecerá em Curitiba. Será apenas um depoimento, como já avisou o juiz Moro, numa clara manobra para esvaziar o espetáculo, reduzindo sua importância. Mesmo assim será, sem dúvida, o fato político mais importante de uma semana que terá novos passos das reformas na Câmara e no Senado. Para os governadores, o mais importante, porém, é a votação dos destaques ao projeto que trata do refinanciamento aos estados superendividados. O texto básico está aprovado, mas 16 emendas apresentadas ao projeto estão pendentes, a esmagadora maioria propondo que sejam amenizadas as contrapartidas exigidas dos estados que queiram aderir ao refinanciamento. Fernando Pimentel já avisou que Minas não aceita contrapartidas que possam atingir o funcionalismo e, por isso, não vai aderir. Prefere apostar na vitória da tese do encontro de contas entre estado e União, com base na recomposição dos prejuízos causados pela Lei Kandir, que tirou receita dos governos estaduais. Se vingar, a proposta tira Minas da posição de devedora e coloca o estado como credora de bilhões da União. É esperar a semana.

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