Esse governo é muito fraco. Quando se falava em reforma da previdência, ele já demonstrava como temia as Forças Armadas brasileira. Ao primeiro sinal de descontentamento, os militares foram retirados do rol dos atingidos pelas reformas que deveriam ser amplas, gerais e irrestritas. Agora, diante de um flagrante episódio de indisciplina militar, com o general Mourão (esse nome tem história) ameaçando as instituições civis, Michel Temer se finge de morto. Citando explicitamente o Judiciário, o General Antônio Hamilton Mourão (foto) afirmou que ou eles retiram esses “elementos envolvidos em todos os ilícitos” ou então as Forças Armadas vão “impor isso”. Nunca é demais lembrar onde nos levou o golpe militar de 1964. É público e notório que o Brasil quer se livrar dessa praga da corrupção endêmica que envolve todos os poderes da República, mas daí a incentivar um novo golpe, vai uma distância muito grande. A população deve estar atenta para não se tornar encantada pelo canto da sereia, sacrificando liberdades individuais e coletivas quando, pelo voto, pode varrer os maus brasileiros que não se cansam de ludibriar-nos sob o beneplácito de uma justiça lenta, sonolenta e paquidérmica, que aos trancos e barrancos, vai cumprindo o seu papel. Golpe, nunca mais.