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Quem diria

Paulo César de Oliveira
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A foto do dia de ontem, sem sombra de dúvidas, foi a de Renan Calheiros (foto) e Joaquim Levy, ambos sorridentes. Na legenda, anunciavam um acordo para desarmar as pautas-bombas no Congresso. Diante do quadro atual, será que podemos denominar esse acordo como uma colaboração premiada? Mas se houve, de fato, um acordo entre os dois, o que podemos inferir é que Renan saiu ganhando, porque Levy não está muito acostumado a esse tipo de coisa, por mais experiente que seja. Nesse sentido, é forçoso convir que Renan teve algum interesse nada republicano atendido. E durma-se com um governo desses. A propósito, com tantos delatores na Lava Jato, não houve ainda um delator delatado?

 

Cunha reage aos sorrisos 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não gostou desta aproximação entre o Palácio do Planalto e o Senado, em especial o pacote de 27 propostas apresentadas pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Cunha) afirmou que parte das propostas – como o projeto que regulamenta a terceirização e a lei da responsabilidade das estatais – também tem a participação da Câmara. “Vivemos pela Constituição um sistema bicameral. Não vivemos um sistema unicameral. As duas Casas têm de funcionar e aprovar suas propostas. Não dá para se achar que só o Senado funciona ou só a Câmara funciona”, disse o peemedebista. Ele enfatizou que as propostas iniciam seu trâmite entre os deputados e que qualquer iniciativa passa pelas duas Casas, portanto cabe ao governo recompor sua base e obter apoio na Câmara e no Senado. O presidente da Câmara criticou diretamente o Senado. Falando da preocupação com o ambiente econômico, a perda de confiança dos investidores e com a possibilidade de perda do grau de investimento, Cunha lembrou que Renan devolveu ao Executivo a primeira Medida Provisória sobre a desoneração da folha de pagamento e até hoje não concluiu a votação do pacote do ajuste fiscal. “Se aquela Medida Provisória não tivesse sido devolvida, teria pelo menos uns R$ 6 bilhões de arrecadação a mais no ano. Quem não votou até agora o ajuste fiscal foi o Senado, porque a Câmara já entregou a desoneração há dois meses. O Senado pode contribuir muito com a melhoria do ambiente de negócio se votar hoje o projeto da desoneração. É importante que todos façam sua parte”, declarou. Cunha disse que o movimento é uma tentativa de passar a imagem de que só existe o Senado e de criar constrangimento para a Câmara, “o que não vai acontecer”. Ele afirmou que não considera o episódio como uma forma de buscar seu isolamento. “Não sou o dono da Câmara e dos votos dos parlamentares”, respondeu.

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