A polarização política no Brasil atingiu um nível elevado de intolerância que supera a média internacional de 27 países, segundo pesquisa do Instituto Ipsos, que ouviu dezenove mil pessoas em seu trabalho. Tema perceptível no cotidiano do brasileiro nos últimos anos, o radicalismo que envolve as discussões político-partidárias foi o aspecto medido na pesquisa, segundo o Estadão Conteúdo. O levantamento mostrou que os entrevistados no Brasil estão menos propensos a aceitar as diferenças. Segundo o instituto, 32% dos brasileiros acreditam que não vale a pena tentar conversar com pessoas que tenham visões políticas diferentes das suas. Esta radicalização demonstra a pobreza do debate político onde, por não saber político, evita-se o tema rotulando quem pensa diferente. Esta é uma estratégia antiga para evitar o confronto de ideias. Ela ganhou força no Brasil a partir da entrada em cena do PT. Daí o “nós contra eles” que ganha agora uma roupagem nova e, pior, mais radical. A partir da agregação de valores da moral religiosa, o debate político vai ficando mais tenso e ainda mais pobre. A quem interessa isto? Certamente não ao país. O debate político, o interesse da população em discutir seus problemas e as suas soluções são fundamentais num momento em que se colocam as propostas para reformas essenciais para as futuras gerações. Dividir o país entre as “zelites” e o povo explorado não vai levar a lugar algum. Ê verdade que não é da índole, que não faz parte da nossa história, a participação política. Bem ao contrário, somos arredios a ela, mas este distanciamento tem tomado rumos perigosos, com a bem estruturada satanização da vida política. Vamos, a passos firmes, abrindo a trilha para governos totalitários. De direita e de esquerda.