Uffa! Radicalizou tudo. Radicalizou o calor, a seca no Norte. A chuva no sul. Radicalizaram a violência. Radicalizaram a política. Somos um país amarrado pelas radicalizações. E algumas chegam ao histerismo, como a de um senador famoso desde o texto de Collor, de quem foi seguidor fiel, e que afirmou que o Brasil está no caminho no comunismo com a reforma tributária que está sendo encaminhada. Com esta conseguiram radicalizar as asneiras ditas por políticos. Do calor, do excesso de secas, do excesso de chuvas sabemos que, com o tempo, nos veremos livres, embora exista o risco de, por nossa capacidade de destruir o meio ambiente, virmos a complicar ainda mais o quadro. Certo mesmo é que estamos aumentando, a cada dia, sem qualquer perspectiva de mudança, o quadro de radicalização política no país. A reforma tributária em discussão é um bom exemplo disto. Que precisamos mudar nossa realidade tributária sabemos há muito tempo. Nosso sistema é confuso, injusto, ultrapassado e, em parte, responsável pelos lentos passos de nossa economia. Mas são tantos os interesses envolvidos, tantos os diferentes grupos de pressão, que não conseguimos, e muitos já tentaram, dar andamento a uma reforma que realmente unifique as diferentes correntes e dê sustentação ao nosso avanço econômico. Agora mesmo vamos vivendo uma nova guerra. A reforma em andamento no Congresso, que retorna à Câmara depois de modificada no Senado, agitou os mais radicais e se transformou num novo tema de campanha entre petistas e bolsonaristas. Até mais do que entre os empresários. Pelo andar da carruagem dificilmente teremos um entendimento de alto nível para a realização das reformas enquanto os interesses eleitorais prevalecerem. É preciso desarmar os espíritos, abrir mão de interesses individuais e de grupos para conseguirmos chegar pelo menos ao possível. Já que ao ideal é certo que nunca chegaremos.