O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, disse ontem que o governo espera aprovar a reforma da Previdência entre o fim deste semestre e o início do próximo. Após encontro com o governador de São Paulo, João Doria, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Mourão também disse que o presidente Jair Bolsonaro, que está em visita oficial aos Estados Unidos, tem uma “visão clara” do relacionamento positivo que o governo federal deve ter com estados e municípios. “A reforma da Previdência nós temos ela muito clara como ponto de partida para a reformulação pretendida no nosso país. Se nós não fizermos nada, as gerações que aqui estão representadas —que eu olho aqui do lado e é juventude que está aqui- vocês vão olhar para a gente e perguntar ‘onde é que vocês estavam que não fizeram nada?’”, disse Mourão em pronunciamento a jornalistas. “Nós contamos com o apoio do Estado de São Paulo, da sua bancada, na busca pela aprovação dessa reforma, se Deus quiser e tudo correr bem, até o final desse semestre, início do próximo semestre”, acrescentou o presidente em exercício. Além do encontro com Doria —que o governador paulista classificou como uma reunião não política— Mourão participou a nessa segunda-feira em São Paulo de um encontro com investidores suecos na zona sul da capital paulista.
O que não pode mudar com a reforma, segundo o senador Otto Alencar
Eleito por unanimidade presidente da Comissão Especial para Acompanhamento da Reforma da Previdência, o senador Otto Alencar (PSD-BA) diz que irá defender os milhões de brasileiros que estão abaixo da linha da pobreza e elencou o que não pode ser mudado na reforma. “Temos 15 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. Isso é uma população do tamanho da Bahia. E qualquer presidente da República vai ter que entender que não podemos criar um país com bolsões de miséria maiores do que são”, afirmou. Para o senador baiano, a reforma não pode mudar: o benefício da prestação continuada, que assegura um salário mínimo para deficientes físicos ou idosos com mais de 65 anos que não têm condições de se manter; e a aposentadoria rural. Otto (foto) diz ter a concordância de pessoas como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e diz que é a favor da capitalização, só para aqueles que ganham mais. De pobre, nem pensar.