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Reforma política não pode ser para beneficiar quem a elabora

Paulo César de Oliveira
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Não lhes falta a legitimidade dada pelos votos. Falta-lhes, porém, a legitimidade moral, e por isso mesmo, não deveriam fazer agora uma reforma política, qualquer que seja ela, ainda mais a que estão projetando. Melhor que os senhores senadores e senhores deputados tomem tenência, abandonem a mudança das regras eleitorais, que é sim urgente, mas que pode esperar, pois é esperada há tanto tempo, e cuidem apenas do que o país necessita para continuar sobrevivendo e se arrumando para voltar a crescer. A reforma política, pomposamente chamada de “a mãe de todas as reformas”, não pode ser feita agora. É assunto sério demais para ser tratado por um Congresso que tem a maioria de seus membros sob suspeita. Parcela desta maioria nem suspeita é. É sim, sabidamente, comprometida com a corrupção. Querem tirar proveito da situação para implantar no país normas eleitorais que lhes facilitem a reeleição e lhes, permita, se possível, ganhar algum trocado. Falar em criar agora um fundo com bilhões de reais, tirados dos cofres públicos e dizer que este mostrengo está sendo parido em defesa da democracia é, para dizer o mínimo, pouca vergonha. E a sua criação vem com a chancela petista que, parece, perdeu de vez o pudor. Querem substituir o dinheiro surrupiado dos cofres públicos via empreiteiras, pelo tirado diretamente, com a sustentação de uma lei malandra, feita para beneficiar especialmente quem já é. Como a outra grande “reforma’, o distritão, que se fosse bom para o país não estaria andando. Compostura, senhores, deixem de legislar em causa própria. Esqueçam esta história de reforma política a não ser, claro, que estejam dispostos a aprovar uma emenda proibindo quem é de continuar sendo.

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